quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Proclamação da República - Exílio e Símbolos



O ato da Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 na praça da Aclamação (hoje Praça da República) na cidade do Rio de Janeiro, na época capital do Império do Brasil. Foi um Golpe de estado liderado pelo Comandante Marechal Deodoro da Fonseca, que depôs o Imperador D. Pedro II.



A Proclamação da República foi a ruptura com a Monarquia, que não contou com a participação popular, mas que era um anseio da classe média dos grandes centros urbanos que desejavam maior liberdade e participação nos assuntos políticos do país. Outro dado que leva a acreditar que a população desejava a ruptura com a monarquia, deve-se ao fato do Imperador D. Pedro II não possuir filhos, nesse caso após sua morte quem ocuparia o trono seria sua filha mais velha princesa Isabel casada com o francês Gastão de Orléans, famoso "Conde d'eu", para a população isso era um indício de que o país pudesse ser governado por um estrangeiro.



Um forte apoio à República veio dos grandes proprietários rurais que não concordaram com as questões abolicionista e se sentiram lesados ao serem obrigados a alforriarem seus escravos - lei Áurea - 1888
Sob o ponto de vista econômico, o Brasil imperial encontrava-se numa crise econômica agravada pelas despesas geradas pela Guerra da Tríplice Aliança, que foi coberta por capitais externos e que causou uma grande inflação.
A questão militar pode ser melhor entendida sob a ótica das proíbições e
desprestigios por parte da Monarquia em relação ao Exército brasileiro.
Os oficiais do exércitos eram proíbidos de manifestarem-se na imprensa, isso só poderia ser feito com a prévia autorização do Ministro da Guerra. A ordem do imperador estava acima das ordens dos generais que também não possuiam autonomia sobre a defesa do território. Os militares da época não eram valorizados profissionalmente, eram mal remunerados e muitas vezes precisavam ter outros empregos para poderem arcar com suas despesas.
Segundo os históriadores, a Guerra do Paraguai, evidenciou aos militares o desprezo do império em relação aos militares que se sacrificaram por seu regime.



A legitimidade e legitimação da república

"Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que o povo legitimasse, por meio do voto, a república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 anos depois, dentro da constituição vigente, no dia 21 de abril de 1993; o seu resultado foi inequívoco: a república foi aprovada pela grande maioria da população, com 86% dos votos válidos."


Símbolos da república

1- As Armas Nacionais



2- A Bandeira Nacional



3- O Selo Nacional



4- O Hino Nacional

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da silva

I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!


II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!



"O sistema monárquico do governo já não tinha apoio da Igreja, nem dos militares, das lideranças civis e nem dos antigos senhores de escravos. Por essa razão, a Proclamação da República foi pacífica, sem guerra nem derramamento de sangue. Movimentos sociais e revoltas já indicavam a falência do regime monárquico. A Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817) já carregavam o gérmen do sistema republicano de governo, impulsionados pelos ideais da Revolução Francesa. Pouco depois da Proclamação da República, no dia 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a primeira Constituição Republicana. No mesmo ano, sofrendo oposição do Congresso, Deodoro da Fonseca renunciou e o vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto, assumiu a presidência. O forte e centralizado presidencialismo, que tornava difícil a aplicação do princípio federativo, fez com que algumas oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais se destacassem, o que deu início à conhecida política do “café com leite”. Os estados de São Paulo e Minas Gerais passaram a alternar a presidência do Brasil até 1930. O Marechal Deodoro da Fonseca nasceu em 1827, em Alagoas e lutou nas guerras do Prata e do Paraguai. Em 1884 conquistou o posto de marechal e, no ano seguinte, foi nomeado comandante de armas do Rio Grande do Sul. Ele foi para o Rio de Janeiro, sede da monarquia, em 1886 e assumiu a facção do Exército favorável à libertação dos escravos."


Dom Pedro 2º rumo ao exílio - Fonte Uol


No dia seguinte, no Paço da Cidade, dom Pedro 2º foi notificado de que a monarquia já não era a forma de governo em vigor no Brasil. Como Ouro Preto, o imperador também estava deposto e intimado a deixar o país em 24 horas. O governo provisório tinha providenciado um navio para transportá-lo para o exílio, em Portugal. Dom Pedro 2º não se opôs, declarando aceitar a vontade da opinião pública nacional.

O navio partiu na madrugada de 17 de novembro. O horário foi escolhido para evitar manifestações populares favoráveis ao imperador. Um forte esquema de segurança foi montado na cidade para acompanhar a família imperial a bordo. Embora fosse improvável que o povo se levantasse para defender dom Pedro 2º, a República preferia não arriscar. Na verdade, o povo estava à margem dos acontecimentos, mas isso não impedia que manifestasse sua opinião, como nos versinhos abaixo, que circularam no Rio de Janeiro pouco depois do embarque do ex-soberano:

"Partiu dom Pedro Segundo
Para o reino de Lisboa.
Acabou a monarquia
E o Brasil ficou à toa."

A avaliação que o escritor Lima Barreto fez do episódio também merece ser transcrita:

"Uma rematada tolice que foi a tal república. No fundo, o que se deu em 15 de novembro foi a queda do Partido Liberal e a subida do Conservador, sobretudo da parte mais retrógrada dele, os escravocratas de quatro costados".

2 comentários:

Marcelo C.Henrique disse...

Muito bom o seu Blog. Parabéns.

Marcelo C.Henrique disse...

muito show o seu blog. Dá uma olhada no meu, segue a mesma linha.
Abraços