Gripe suína e a pandemia

Gripe suína e a "pandemia" de informação. A gripe suína pode causar uma pandemia, ou é um alarme falso? A nível planetário o assunto que toma conta dos noticiários é a gripe suína e os riscos de uma pandemia. Saíba com surge uma nova doença e os estudos da OMS a respeito da gripe suína e os alertas sobre uma possível pandemia.

Clique na imagem para ampliar

Fonte: Revista da Semana Nº17 - www.revistadasemana.com.br

Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), ligada à ONU, apontam que de tempos em tempos é inevitável uma pandemia. Uma doença se espalha pelo planeta. A última vez em que isso aconteceu foi na década de 1960 (depois houve casos, sérios, de Sars e de gripe aviária, que não se transformaram em pandemia). A mais recente e devastadora foi a gripe espanhola, que matou 40 milhões de pessoas em uma população mundial de 1,5 milhões de habitantes.
- Ao contrário da gripe suína, a espanhola tinha um fortíssimo fator de letalidade. Com dois dias no organismo de uma pessoa infectada podia levar a morte. As primeiras informações sobre a doença que surgiu no México mostram que estamos diante de um caso de mutação do nosso velho conhecido vírus da gripe bem mais benigno. Ainda assim, o risco de uma pandemia deve ser tratado com preocupação e apreensão.
- A Revista da Semana, ao escolher o risco de pandemia da gripe suína como tema de capa, não está interessada em disseminar o pânico entre os brasileiros. Mas gostaria que, de parte das autoridades, houvesse uma postura mais séria e comprometida. A frase proferida pelo presidente Lula em Manaus - "O que a gente não pode é ficar vendendo pânico porque de repente você cria um problema onde não existe problema"-, ainda que admitindo cautela, não ajuda a informar a população sobre os riscos de uma pandemia. Esse é o tema do artigo que você lerá."

O medo da gripe se espalha
É o inicio de uma nova pandemia ou alarme falso? É cedo para dizer

"Há na memória coletiva e nos livros de história quatro pandemias razoavelmente recentes de gripe, em 1889, 1918, 1957 e 1968. A pior delas , a gripe espanhola de 1918, matou cerca de 40 milhões de pessoas no mundo inteiro. Um terço da população do planeta, então com 1,5 bilhões de pessoas, foi infectada. As vítimas não foram apenas idosos e bebês, mas adultos jovens e robustos. Um novo surto é esperado (e temido) há décadas. Eis que, do nada, surgiu a gripe suína. Até poucos dias atrás sabia-se muito pouco ou quase nada da doença. Agora ela está nas páginas e todos os jornais e em pelo menos 26 países de quatro continentes. É o início de uma pandemia?

Sinais apontam para os dois lados, escreve o Internacional Herald Tribune. O vírus da gripe é altamente mutante. Ao ser combinado com outras cerpas torna-se ainda mais imprevisível. A Organização Mundial da Saúde aumentou, em uma semana, a escala de alerta em três patamares, entre os três existentes. No dia 30 de Abril, estava no nível 5, o segundo mais grave, definido pela "transmissão entre pessoas de ao menos dois países de uma mesma região e pandemia iminente". O nível 6, o seguinte e último da tabela, indica "epidemia global em andamento".

No Twitter, para cada informação verdadeira circulam 16 mil boatos

O vírus da gripe suína possui as duas qualidades necessárias para disseminar uma pandemia: espalha-se rapidamente, no caso pelo ar, e é letal, afirma a Slate. O vírus da gripe aviária, um dos componentes dessa nova cepa, provocou pânico em 2005. Em poucos meses saiu de países asiáticos, como China, Vietnã e Indonésia, passou para a Russia e chegou ao Oriente Médio, África e Europa. Mas o vírus não adquiriu a habilidade de enganar as defesas do organismo humano - até hoje foram contaminadas apenas 421 pessoas, das quais 60% morreram. O vírus suíno é mais contagioso.

O governo americano recomendou que apenas viagens estritamentes necessárias sejam feitas para o México. A União Europeia sugeriu o mesmo em relação aos Estados Unidos. Nos aeroportos do mundo inteiro já se veem homens e mulheres com o rosto coberto por máscara hospitalar como medida de proteção (embora elas devam ser realmente usadas por quem acha que tem o vírus, e não por quem teme pegá-lo). As novas tecnologias aumentam a sensação de pânico. O Twitter ajuda na divulgação de informações oficiais de casos confirmados mas para cada notícia circulam 16 mil rumores, estima a revista Infoworld. Os boatos se alastram mais do que o vírus...

Uma comparação histórica sugere que uma nova pandemia difícilmente acontecerá - pelo menos não nas mesmas proporções de 1918. Naquele tempo não existiam antivirais. O mundo vivia uma guerra, com tropas em deslocamento e em péssimas condições de higiene. Os desastres passados deixaram lições. Os agentes de saúde americanos se preparam para distribuir os medicamentos em estoque. Os primeiros passos para a produção de uma vacina, em um esforço global, já foram dados. Os números de mortes e suspeitas até agora são altos, sim - mas não alarmantes.

A gripe espanhola também começou devagar. Todo novo vírus demora a aprender como invadir as células humanas. O perigo oferecido inicialmente é menor. Nas quatro epidemias anteriores da gripe o tempo médio entre um primeiro e um segundo surto da doença, muito mais agressivo, foi de seis meses. Na melhor das hipóteses levará quatro meses até que se consiga produzir a vacina em quantidade suficiente para proteger a maior parte da população. A data mais provável, no entanto, é o início de janeiro do próximo ano, diz o New York Times."

Em caso de dúvida sobre está ou não com o vírus da Gripe Suína, antes de ir para um hospital, ligue para o Disque-Saúde do Ministério da Saúde (0800 61 1997).

Nova gripe e pandemias: NOVO VÍRUS É MESTIÇO DE DUAS VARIEDADES DE GRIPE SUINA DIZEM CIENTISTAS - G1 Globo
Atualização, 25 de maio de 2009

Oms mudará critérios para pandemia de gripe suína
Tire suas dúvidas sobre a gripe suína - clique, BBC