Cerro Paranal é uma montanha de 2635 metros de altura, ao norte do Chile no deserto do Atacama, onde se encontra o maior centro de estudos astrônomicos do planeta, uma das maiores maravilhas da tecnologia moderna, o VLT (Very Large Telescope ou telescópio muito grande). O observatório de Paranal é um conjunto de quatro telescópios que funcionam como um olho gigante, são quatro edificações distintas, que podem funcionar independente ou de forma combinada, o maior telescópio do mundo. Um consórcio que inclui 14 países, criou o Observatório Europeu do Sul ou ESO, em 1962.
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Constituido de quatro telescópios gigantescos, cada um com um espelho refletor principal de 8,2 metros de diâmetro, esse observatório permite aos astrônomos estudarem objetos distantes localizados no cosmo. Cada um desses quatro telescópios foram batizados na língua Mapuche, Antu (sol), Kueyen (lua), Melipal (cruzeiro do sul), e o Yepun (vênus).
A sede da ESO, está localizada em Munique, Alemanha, de onde os astrônomos guiam seus estudos. Através da interferometria, uma técnica que aumenta a capacidade dos telescópios proporcionando imagens detalhadas de objetos distantes, os astrônomos observam o nascimento e a morte cósmicos.
Um projeto tecnológico audacioso está sendo construído, com o propósito de usar a interferometria para examinar a radiação infravermelha dos objetos celestes. Essa tecnologia permitirá aos astrônomos as mais detalhadas imagens já obtidas do cosmo.
O projeto que levará 6 anos para ficar pronto, prevê a construção de um complexo constituido de 64 antenas de rádio em forma de prato, a maioria com 12 metros de diâmetro e espalhadas a distância de até 18 km uma da outra. O centro de comando do grupo de Grande Antenas Milimétricas/submilimétricas de Atacama (ALMA) fica no planalto de Chajnantor, fronteira do chile, da Argentina e da Bolívia, a uma altitude de 5.100 metros, mais alto do que qualquer lugar habitado da terra. Cada antena, depois de pronta, pesará cerca de 100 toneladas. O coração do processo de interferometria será um sistema que vai comparar a enxurrada de dados das antenas. "Sua Capacidade equivale à de uns dez milhões de computadores pessoais", afirmou Richard Hill, astrônomo Inglês que faz parte do projeto ALMA como cientista projetista. Segundo o cientista, quando analisadas, as diferenças quase infinitesimais entre os sinais de cada antena, permitirão aos astrônomos mapear o céu com exatidão fantástica, nunca antes observada.
Richard Hill, afirma que o ALMA servirá de máquina do tempo, observando radiações que viajaram milhões de anos pelo espaço para nos dar um vislumbre de como era o universo com apenas um terço dos atuais 14 bilhões de anos de idade. "Estamos tentando determinar como a terra veio a existir, como se formaram o sol e seus planetas", explica Hill. "Agora podemos observar esses processos enquanto se desenrolam, examinando o fundo das nuvens de gás e poeira, nas quais os telescópios ópticos não conseguem penetrar."
Lord Rees, astrônomo da Grã-Bretanha, país que faz parte do consórcio que mantém o observatório de Paranal e do ALMA, admite a ânsia do conhecimento, quando questionado a respeito do desperdício de tempo, dinheiro e energia nesse projeto que só interessa, a princípio, aos astrônomos. "Durante a história humana, pessoas de todas as culturas observaram o firmamento, interpretando-o a seu modo. A astronomia é a cultura global suprema", revela ele orgulhoso.
Atualmente o Telescópio (VLT) do observatório Paranal revelou detalhes da atmosfera de plutão. Segundo os cientistas chilenos e estrangeiros, foi encontrada uma grande e inesperada quantidade de metano na atmosfera de plutão, e que ela é cerca de 50º celsius mais quente que a superfície do planeta anão. Leia mais em, Telescópio revela detalhes da atmosfera de Plutão
Revista Seleções - Março de 2009 - O Maior Show da Terra (Donald Goldsmith)
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