sábado, 15 de agosto de 2009

Academia Brasileira de Letras - História e Vaidade

História - A Academia Brasileira de Letras foi fundada no Rio de Janeiro, 20 de julho de 1897. Criada nos moldes da Academia francesa, uma iniciativa liderada por Lúcio de Mendonça, o "Pai" da ABL. O presidente perpétuo da ABL é o escritor Machado de Assis.



A ABL é composta de 40 membros efetivos, 20 sócios estrangeiros e mais os membros perpétuos. Ela tem por fim "o cultivo da língua e a literatura nacional".
No início de sua fundação a ABL não tinha uma sede própria, as reuniões aconteciam no antigo Ginásio Nacional, Salão Nobre do Ministério do Interior e no Salão do Gabinete Português de Leitura; as sessões solenes eram realizadas no escritório de advocacia do Primeiro Secretário, Rodrigo Octávio, localizado na rua da Quitanda, 47, RJ.
Em 1904, a ala esquerda do Silogeu Brasileiro, um prédio governamental que abrigava outras instituições culturais, passou a ser a sede da ABL.
Somente em 1923, a Academia Brasileira de Letras ganhou sua sede própria, o prédio do Pavilhão Francês, construído para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, uma doação do governo francês, réplica do Petit Traiano de Versalhes, projetado pelo arquiteto Ange-Jacques Gabriel.

Prédio da ABL - Um Patrimônio Tombado pelo INEPAC.



Eleito pelo voto secreto, o acadêmico (imortal) para participar de uma sessão semanal recebe um jetom, além de uma quantia mensal. Mas o que mais importa, parece ser a vaidade, é vestir o fardão verde escuro com galões dourados complementado por um chapéu preto com prumas brancas.



A 'tradição do chá' (preto marca Twnings) das quintas-feiras, os quitutes que acompanham esse chá, lustres de cristais, piso de mármore, vasos de porcelanas de Sévres..., tudo isso faz da ABL um lugar de pompa, "o supra-sumo da vaidade dos literatos nacionais".





A Academia Brasileira de Letras possui relíquias, bens culturais que podem ser deslumbrados pelo público em visitas guiadas aos salões decorados e as salas de escritores e intelectuais do século XIX. São livros e objetos pessoais de Machado de Assis, mobiliários, pinturas de Cândido Portinari, bustos em bronze, uma biblioteca com a coleção de Manuel Bandeira, entre outros.



A Academia Brasileira de Letras é um sonho para todos aqueles ligados a literatura, mas existem circunstâncias controversas. A ABL, ao contrário da academia francesa (que elege somente notáveis da literatura), não tem como membros pessoas ligadas apenas à literatura: escritores e poetas. A política e interesses econômicos, parece contar ponto na hora de eleger um imortal da ABL. A exemplo, na época da ditadura militar, Austragésimo de Athayde (presidente da ABL por 36 anos consecutivos) em troca de um empréstimo da Caixa Econômica para construção do Prédio de 28 andares que leva seu nome, teve que engolir a candidatura e eleição do general Lyra Tavares. Na candidatura do Escritor Paulo Coelho em 2002, uma considerada doação à ABL pesou na sua eleição. Um tipo de benemerência, barganha, que tira a ABL do roll das instituições sérias do país. O que mais importa para a maioria, é o status de fazer parte de uma casa onde deveria reinar, primeiramente, o "saber" e não a vaidade.

Diz a lenda da ABL que o termo "imortal" vem de Olavo Bilac, que costumava dizer: "Somos imortais porque não temos onde cair morto."

Membros da Academia Brasileira de Letras - (Lista dos imortais: Cadeira, nome e ano de eleição)



Site da ABL

ABL - Machado de Assis

Reforma Ortográfica

Fontes:

História da ABL - Wikipédia / Academia Brasileira de Letras

Fotos da ABL - Google Imagem

Um comentário:

Arthurius Maximus disse...

Como tudo no Brasil, a ABL virou um antro de bajuladores e lambe-botas.