José Saramago foi um dos escritores mais importantes de Portugal e do mundo. Nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 (segundo registro oficial, dia 18) de novembro de 1922.
Saramago sempre gostou de estudar e era um apaixonado pelos livros, mas, por dificuldades financeiras não pode entrar na faculdade. Saramago teve diversas profissões: serralheiro mecânico, funcionário público, tradutor, editor, jornalista, comentarista político, escreveu crônicas e peças teatrais.
Detalhes sobre a Biografia de José Saramago
Em 1947, José Saramago publicou seu primeiro livro, o romance intitulado “Terra do Pecado”; mas só ganhou notoriedade ao publicar o livro “Levantando do Chão” (1980).
No livro, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, escrito em 1991, Saramago reescreve a bíblia e mostra um Cristo humano que se revolta com seu destino e questiona Deus. Saramago acreditava na religião como um devaneio humano e considerava a bíblia um manual de maus costumes. Levantou Polêmicas e um profundo desafeto com a Igreja Católica e o governo Português. Seu livro foi censurado em Portugal e José Saramago exilou-se em Lanzarote, Ilhas Canárias, Espanha, onde viveu e morreu no dia 18 de junho de 2010.
No livro “A Ressurreição de Saramago”, Marcos Purita, diz: “Uma última análise do último período de vida criativa do escritor, e a releitura das suas obras fundamentais a partir de O Evangelho Segundo Jesus Cristo, não pode deixar de evidênciar a intenção histórica e política dos textos de Saramago: a igualdade e a solidariedade entre Deus e o homem, através da re-humanização do sagrado.”
José Saramago recebeu o Prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998.
Discurso de Saramago ao Receber o Nobel de Literatura:
“Nestes 50 anos não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que, moralmente, quando não for da lei, estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se no mundo, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. A mesma esquizofrênica humanidade que é capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte neste tempo do que ao nosso próprio semelhante.
Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, seja porque não sabem, seja porque não podem, seja porque não querem. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos, que não reparamos que nenhum direito pode subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos. Não é de esperar que os governos façam nos próximos anos o que não fizeram neste que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra e a iniciativa. Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicamos os nossos direitos, reivindiquemos o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor.”
Frases (pensamentos) de José Saramago
“Existe uma doença do espírito: o mal da indiferença dos cidadãos. Estamos todos moralmente doentes.”
“Sempre pensei que chegará um tempo em que a justiça não seja essa vergonha de mundo a que assistimos todos os dias.”
“Não pôr fim ao que tem remédio e denunciar as coisas com um simples murmúrio torna-nos cúmplices da nossa miséria.”
“Vivemos no que pode chamar hoje, sem nenhum exagero, um deserto de ideias. Não há ideias novas, não há ideias que mobilizem, não há ideias que façam levantar as pessoas da sua resignação, pois todos nos resignamos a uma espécie de fatalidade que não aceita mudanças. Mas as ideias tão pouco nascem de um momento para o outro, é a própria sociedade que tem de gerar isso e, quando ocorrer, começaremos a fazer algo.”
“Realmente, a minha proposta (em a Jangada de Pedra) é romper a dicotomia Norte-sul com uma viagem que não seria física, mas ética. A Europa tem de olhar para o sul como um lugar que explorou, que colonizou e tem o dever de reverter esse dano.”
A vida e a obra de José Saramago é um exemplo de viagem ética. Conheça mais sobre a obra de Saramago, acesse o site da Fundação José Saramago.
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