Wilson Simonal, biografia e documentário "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei".
Simonal foi o artista brasileiro considerado o "rei do suingue", "rei do patropi"; um dos mais importantes e talentosos cantores da década de 60 e 70.
Wilson Simonal nasceu no dia 25 de fevereiro de 1938, Rio de Janeiro. Começou a carreira cantando música em inglês, ex-cabo do exército, Simonal cantava nos bailes do 8º grupo de Artilharia da Costa. Ganhou visibilidade ao cantar no programa apresentado por Carlos Imperial. Tornou-se amigo de nomes importantes da música brasileira, como: Miele e Ronaldo Bôscoli.
O cantor Simonal tinha o dom de levantar as massas, levar a multidão ao delírio, era dono de um talento, um carisma e um suingue impressionante, indiscutível. Cantou ao lado de figuras renomadas da música brasileira e internacional, a exemplo, Sarah Vaughan e Elis Regina.
No auge do sucesso, início da década de 70, Simonal foi acusado de ser informante do regime militar e de ter mandado dar uma surra em seu contador que o teria roubado. Foi chamado de dedo duro pelo jornal Alternativo Pasquim, e a partir daí todas as portas foram fechadas para Wilson Simonal, seu talendo foi ignorado, sendo condenado pela imprensa e intelectualidade brasileira. Nunca houve provas das acusações feitas a Simonal. Mesmo sendo amigo de pessoas importantes, ninguém saiu em sua defesa. Os anos seguintes a esses episódios, foi para Simonal, anos de isolamento, depressão e alcoolismo. Simonal morreu em julho de 2000, vítima de cirrose.
Claudio Manoel, humorista do 'Casseta e Planeta', ao conhecer a história de Wilson Simonal, decidiu fazer um documentário sobre a vida, a obra e o drama vívido pelo cantor.
Sem conseguir patrocínio, Claudio Manoel se uniu a Micael Langer e Calvito Leal e produziram o Documentário "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei". O documentário é um relato sobre a carreira de Simonal, relembra velhos sucessos, mostra a empatia e carisma que Simonal tinha com o público nos shows, onde levava a multidão ao delírio. Vários críticos, seus filhos e amigos prestaram depoimentos sobre o sucesso, o talento e a polêmica acusação de ter sido um dedo duro, amigo da ditadura militar. O auge do documentário é o depoimento do contador supostamente torturado por agentes da ditadura a mando de Simonal. Um documentário emocionante e imperdível que não tem a menor intenção de julgar ninguém, é apenas uma luz em direção aos dias escuros e crúeis do período da ditadura militar brasileira.
O compositor e cantor Paulo Vanzoline, em entrevista recente, afirma que Simonal era de fato um dedo duro da ditadura militar. E contesta dizendo: "Essa recuperação que estão fazendo do Simonal é falsa. Ele era dedo duro mesmo".
Antes de emitir qualquer opinão, há de se ater ao fato de que a ditadura militar foi um período muito conturbado e ameaçador do cenário brasileiro nos anos 60 e 70, julgar um dos lados é uma tarefa muito difícil, pois o tiroteio de informações ideológicas era algo atordoador. O grande vilão e anti-cristo foi a ideologia carrasca da ditadura militar da época, que teve seu último suspiro no episódio do dia 1º de maio de 1981, frustrado atentado a bomba no Riocentro que tinha a intenção de paralisar a abertura política que se iniciava no Brasil. Hoje, o sobrevivente, o Capitão militar Wilson Dias Machado, que estava no carro que carregava a bomba, tem a patente de Coronel, sendo educador de um colégio militar em Brasilia. Pelo visto, mesmo diante de todas as evidências de culpa, nenhuma punição ou porta foi fechada para ele.
Assista ao Vídeo Promocional do Documentário: "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei". YouTube
Vídeo Wilson Simonal e Sarah Vaughan - (Histórico), YouTube
Vídeo da Música Sá Marina com Wilson Simonal - YouTube
4 comentários:
Confesso que só fiquei sabendo da existência desse cantor quando assisti ao trailer do filme na televisão.
Nunca parei e me perguntei: "Quem foi que fez a música do país tropical?"
Ainda não fui ao cinema assistir ao filme. Uma boa pedida para me envolver mais com essa história.
Brigada pelo post Beth :)
ótima terça!
Um povo que não conhece sua própria história é fadado a repetir os mesmos erros do passado.
O que foi feito com Simonal, por "grandes vultos" culturais de hoje, foi criminoso e imperdoável.
Hoje assisti ao documentário e confesso que algo mudou dentro de mim. Saber da história de vida desse gênio, com certeza contribuirá com a minha formação como cidadã. Após reflexão, concluo que a liberdade que temos hoje devemos à pessoas como Simonal e precisamos valorizá-la!
E faço campanha para sair a compilação da obra desse maravilhoso artista, que graças a Deus, deixou dois frutos talentosos e que aprecio muito!
simonal foi um grande talento,mas que infelix=zmente deu um tiro no proprio pé
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