O Russo, Vladimir Vladimirovitch Mayakovsky, foi um dos mais importantes poetas e dramaturgos do século XX. “O poeta da Revolução Russa” que, além de escrever poemas, prosas e peças teatrais, fez roteiros para cinema, escreveu um ensaio teórico (como fazer versos), e como artista gráfico fez ilustrações e cartazes.
“Sem forma revolucionária não há arte revolucionária”
Maiakóvski foi um homem de espírito criativo, satírico, crítico e apaixonado, que engajou-se em movimentos sociais de esquerda e com sua literatura revolucionária, contestou as misérias e injustiças de seu tempo. Aos 15 anos de idade, ingressou no Partido Social-Democrático Operário Russo (Bolchevique). Estudou Belas Artes e fundou, junto com outros amigos, o cubo-futurista Russo.
O poeta de bela aparência, era contra a possessividade entre um casal. Sua grande paixão foi Lilia Brik, esposa do crítico literário Ossip Brik. No livro “I Love, The Story of Vladmir Maiakóvisk and Lilia Brik, o Escritor Samuel Carters, conta que, Maiakóvski, amigo do casal, apaixonou-se por Lilia e os três viveram sob o mesmo teto, formando um “ménage à trois”. Nas cartas enviadas para Lilia Brik, Maiakóviski demonstra toda a intensidade desse amor.
Maiakóviski suicidou-se no dia 14 de abril de 1930. Mas, muitos acreditam na possibilidade do poeta ter sido assassinado.
Poemas de Maiakóviski
Á Sierguei Iessiêni – Poema em memória ao poeta dos camponeses russos, que suicidou-se em Leningrado).
Até logo, até logo, companheiro
Guardo-te no meu peito e te asseguro:
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro futuro.
Adeus, amigos, sem mãos nem palavras.
Não faças um sombrolho pensativo.
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo.
O Amor – escrito por Maiakóvski para a peça teatral “O Percevejo”.
Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso trigésimo século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo;
a mãe,
pelo menos a Terra.
O Amor, música de Caetano Veloso e Ney Costa, baseada no poema de Vladimir Maiakóvski.
Leia, Maiakóvski e sua época, uma síntese histórica, com poesias escolhidas, Arte Russa nos anos 20, além de livros de e sobre Maiakóvski.
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