sexta-feira, 29 de abril de 2011

Maiakóvski, o Poeta da Revolução Russa

O Russo, Vladimir Vladimirovitch Mayakovsky, foi um dos mais importantes poetas e dramaturgos do século XX. “O poeta da Revolução Russa” que, além de escrever poemas, prosas e peças teatrais, fez roteiros para cinema, escreveu um ensaio teórico (como fazer versos), e como artista gráfico fez ilustrações e cartazes.

 

maiakovski

“Sem forma revolucionária não há arte revolucionária”

 

Maiakóvski foi um homem de espírito criativo, satírico, crítico e apaixonado, que engajou-se em movimentos sociais de esquerda e com sua literatura revolucionária, contestou as misérias e injustiças de seu tempo. Aos 15 anos de idade, ingressou no Partido Social-Democrático Operário Russo (Bolchevique). Estudou Belas Artes e fundou, junto com outros amigos, o cubo-futurista Russo.

 

maiakovski poeta russo

O poeta de bela aparência, era contra a possessividade entre um casal. Sua grande paixão foi Lilia Brik, esposa do crítico literário Ossip Brik. No livro “I Love, The Story of Vladmir Maiakóvisk and Lilia Brik, o Escritor Samuel Carters, conta que, Maiakóvski, amigo do casal, apaixonou-se por Lilia e os três viveram sob o mesmo teto, formando um “ménage à trois”. Nas cartas enviadas para Lilia Brik, Maiakóviski demonstra toda a intensidade desse amor.

 

Maiakóviski suicidou-se no dia 14 de abril de 1930. Mas, muitos acreditam na possibilidade do poeta ter sido assassinado.

 

Poemas de Maiakóviski

 

Á Sierguei Iessiêni – Poema em memória ao poeta dos camponeses russos, que suicidou-se em Leningrado).

Até logo, até logo, companheiro

Guardo-te no meu peito e te asseguro:

O nosso afastamento passageiro

É sinal de um encontro futuro.

Adeus, amigos, sem mãos nem palavras.

Não faças um sombrolho pensativo.

Se morrer, nesta vida, não é novo,

Tampouco há novidade em estar vivo.

 

O Amor – escrito por Maiakóvski para a peça teatral “O Percevejo”.

Um dia, quem sabe,

ela, que também gostava de bichos,

apareça

numa alameda do zôo,

sorridente,

tal como agora está

no retrato sobre a mesa.

Ela é tão bela,

que, por certo, hão de ressuscitá-la.

Vosso trigésimo século

ultrapassará o exame

de mil nadas,

que dilaceravam o coração.

Então,

de todo amor não terminado

seremos pagos

em inumeráveis noites de estrelas.

Ressuscita-me,

nem que seja só porque te esperava

como um poeta,

repelindo o absurdo quotidiano!

Ressuscita-me!

Quero viver até o fim o que me cabe!

Para que o amor não seja mais escravo de casamentos,

concupiscência,

salários.

Para que, maldizendo os leitos,

saltando dos coxins,

o amor se vá pelo universo inteiro.

Para que o dia,

que o sofrimento degrada,

não vos seja chorado, mendigado.

E que, ao primeiro apelo:

- Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira.

Para viver

livre dos nichos das casas.

Para que doravante

a família seja

o pai,

pelo menos o Universo;

a mãe,

pelo menos a Terra.

 

O Amor, música de Caetano Veloso e Ney Costa, baseada no poema de Vladimir Maiakóvski.

 

Leia, Maiakóvski e sua época, uma síntese histórica, com poesias escolhidas, Arte Russa nos anos 20, além de livros de e sobre Maiakóvski.

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